Como os videogames estão ajudando pessoas com sintomas de ansiedade e depressão

Como os videogames estão ajudando pessoas com sintomas de ansiedade e depressão

Muita gente (ainda) insiste em dizer que jogos deixam as pessoas violentas, preguiçosas ou coisas assim. Os argumentos para essas afirmações são sempre os mesmos. Pessoas que simplesmente não entendem do que estão falando, seja na área dos jogos ou na área da psicologia. Neste texto, iremos  falar de estudos acadêmicos nas áreas da psicologia e medicina que dizem, na verdade, o contrário. Mostraremos resultados de estudos sobre como os videogames AJUDAM a combater os sintomas de ansiedade e depressão e que nenhum estudo realmente comprovou a conexão direta entre videogames violentos e comportamentos agressivos por parte dos usuários, sem descartar outros fatores que também podem influenciar nesse tipo de comportamento.

Por que você deveria se preocupar com sintomas de ansiedade

Depressão e ansiedade são doenças, apesar de muitas pessoas acharem o contrário. Mas, diferente do que a sociedade pode ter feito você acreditar, o tratamento para os sintomas de ansiedade e depressão não precisa ser feito só com remédios pesados. Assim como problemas físicos costumam ser resolvidos com a ajuda de remédios e tratamento físico, os sintomas de ansiedade e depressão ou quaisquer doenças que atuam no psicológico também podem ser controlados com métodos naturais, como, por exemplo: suco de maracujá, chás, banhos mornos e massagens, que atuam como relaxantes.

Além disso, também é muito comum o uso de medicamentos comerciais para combater os sintomas de ansiedade e depressão como Prozac, Celexa, Zoloft e muitos outros. Mas o que muita gente não sabe é que as doenças psicológicas podem ser combatidas com estímulos e exercícios mentais: é aí que os videogames despontam como uma grande arma contra os sintomas de ansiedade e depressão.

Sabendo dessas condições por parte dos jovens, muitos profissionais das áreas de pesquisas acadêmicas e empresas viram que a maioria desses jovens utiliza os videogames como válvula de escape, então estudos começaram a ser feitos nos tipos de resultados obtidos com essas sessões de jogos no combate aos sintomas de ansiedade e depressão.

O poder dos games contra os sintomas de ansiedade e depressão

O site Science Daily divulgou uma matéria da Universidade de Washington sobre um tratamento para depressão feito com um jogo desenvolvido por especialistas. O jogo, chamado “Project: EVO”, possui a característica de atuar no centro da habilidade neurológica de processar múltiplas linhas de informação, ajudando a combater a causa da depressão.

como os videogames estão ajudando pessoas com sintomas de ansiedade e depressão - project: evo

O jogo Project: EVO, que foi desenvolvido para rodar em tablets e smartphones, atualmente está passando por testes clínicos para ter seu uso em pacientes que sofrem com distúrbios cognitivos, como danos cerebrais, a doença de Alzheimer, o TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade) e problemas com depressão e sintomas de ansiedade, por exemplo.

Os benefícios cognitivos específicos (como a melhora na atenção, por exemplo), foram comparados aos da terapia comportamental e o quadro de melhoras dos dois é muito similar, principalmente na área do humor.

A principal autora do projeto, Patrícia Areán, que atua com psiquiatria e ciências comportamentais, explica que o público alvo dessa pesquisa são as pessoas que sofrem com problema cognitivos, e que não possuem condições financeiras para arcar com a terapia para a resolução efetiva do problema. Mas ela também afirma que o uso do aplicativo tem que ser utilizado sob supervisão clínica, já que sem a interface humana, mesmo com sintomas de ansiedade e depressão, muitas das pessoas não se sentiam dispostas a usar o aplicativo.

Além do Project: EVO, pesquisadores publicaram no British Medical Journal o desenvolvimento de um jogo chamado Sparx. O jogo, que tem a temática de um mundo de fantasia, utiliza técnicas de terapia comportamental cognitiva para tentar ajudar os pacientes, geralmente reduzindo os sintomas de ansiedade e depressão em ⅓. Após o teste feito com 187 jovens, 44% dos que completaram ao menos 4 dos 7 módulos totais do jogo, se recuperaram. Os autores dos estudos declararam queo uso do programa resultou em uma redução clinicamente significativa na depressão, desesperança, ansiedade e uma melhoria na qualidade de vida.

Além de jogos criados exclusivamente para ajudar no tratamento dos sintomas de ansiedade, depressão e outras doenças, jogos de estilos casuais também são indicados para problemas do mesmo tipo, claro que em doses normais, nada de passar 12 horas jogando WoW e usando usando a ansiedade e a depressão como um pretexto, por favor.

Jogos multiplayer de RPG ou aventura costumam ajudar pessoas que tenham dificuldades de manter contato social e também ajuda no desenvolvimento do trabalho em equipe (contextos em que os sintomas de ansiedade costumam se manifestar). Como algumas dessas pessoas (principalmente crianças) possuem dificuldade em manter um determinado nível de convívio presencialmente, os jogos MMO auxiliam a reduzir essa dificuldade, já que toda a interação é feita a partir do computador ou videogame. Isso, claro, não é a solução, mas ajuda a reduzir a ansiedade da interação pessoal.

Jogos do tipo Puzzle (quebra cabeças) ajudam a diminuir os níveis de estresse e também os sintomas de ansiedade, melhorando o humor e diminuindo a perda de concentração por distrações externas. Muitos cientistas afirmam que uma boa parte das causas para as crises de ansiedade estão associadas à grande quantidade de distrações que encaramos todos os dias. Como o jogo pode ajudar a melhorar o nível de concentração, os jogadores não ficam tão expostos às distrações externas que podem acentuar os sintomas de ansiedade.

Atualmente, a lista de jogos desenvolvidos com a tecnologia de realidade virtual (VR) também possui alguns títulos em desenvolvimento que servem para ajudar no controle da respiração, contribuindo para diminuir as crises de ansiedade, nervosismo e estresse.

 

Porque jogos NÃO deixam as pessoas mais violentas

Quanto à afirmativa de que jogos deixam as pessoas agressivas, uma grande parte dos casos citados pela mídia nos últimos anos foram enviesados, ocultando informações como abusos domésticos, histórico de agressão e comportamentos violentos. Um documento que refuta a tese de que jogos de videogames e comportamentos violentos estão diretamente ligados já conta com mais de 200 assinaturas de acadêmicos e pesquisadores, que desmentem esse tipo de associação, alegando a falta de provas concretas. Esse tipo de afirmação se tornou recorrente após o Massacre de Columbine, nos Estados Unidos. Após esse ocorrido, praticamente todos os incidentes envolvendo tiroteios em colégios  ou lugares públicos foram associados a “jogos violentos”, mas todos os testes e resultados já foram debatidos e nenhum pôde comprovar esse tipo de conexão – pelo contrário, os estudos mostram a eficácia dos games no combate aos sintomas de ansiedade e depressão.

Como citado pelo pesquisador e professor de sociologia na Western Michigan University, alguns estudos podem apontar uma relação entre videogames e comportamento violento, mas fazer esse tipo de comparação é como “colocar esses dois itens em um vácuo”, ignorando completamente outros fatores externos, como o ambiente que rodeia a pessoa, as circunstâncias, etc. Muitas pessoas usam os videogames, filmes, desenhos animados ou outros meios midiáticos para justificar esses tipos de acontecimento, por ser uma opção geralmente  mais fácil que um responsável admitir que não tomou cuidado ou que não deu a devida atenção aos problemas da pessoa.

Com tantos estudos comprovando os efeitos positivos dos jogos e na ajuda ao tratamento dos sintomas de ansiedade, depressão e de outras tantas doenças, não há motivo para dizer que os jogos  tornam as pessoas mais violentas sem nenhum tipo de influência externa.  Esse é um assunto delicado e exige ponderação. Observe seus hábitos como gamer, ou os hábitos de seus filhos, por exemplo. Os jogos, na verdade, podem estar ajudando vocês a controlarem sintomas de ansiedade e depressão que até então passavam despercebidos. É uma boa reflexão a se fazer e também funciona como um pré-diagnóstico, motivando a busca por um especialista.

Caso exista uma dúvida ou anormalidade no comportamento de uma pessoa conhecida, não julgue como algo que não deva ser levado a sério. Verifique os sintomas, converse com a pessoa e procure ajuda profissional. A avaliação de um psicólogo é a melhor maneira de se iniciar o tratamento adequado e tratar dos sintomas da ansiedade e/ou depressão.

 

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7 sintomas de ansiedade e depressão para ficar de olho

Como dissemos antes, vale a pena observar seus hábitos. Por isso, alguns sintomas comuns e fáceis de serem detectados podem ser a chave para entender se os sintomas de ansiedade, depressão ou qualquer outra doença psicológica está se manifestando. Por exemplo: já sentiu aquela sensação de incapacidade ou um pouco de pânico repentino e precisou jogar algum game para fazer esse sentimento ir embora? Essas perguntas simples podem te ajudar no processo.

Ambas as doenças possuem alguns sintomas em comum, que nós listamos abaixo com exemplificações. São eles:

Apertos no peito

Uma sensação similar à angústia, fazendo com que a pessoa tenha agitações e, possivelmente uma falta de ar.

Instabilidade emocional

Variações repentinas de humor, podendo fazer com que a pessoa chore sem motivo aparente, ou aumente reações negativas desproporcionalmente às situações.

Pensamentos negativos

Descrença das próprias capacidades e habilidades, achar que as pessoas pensam somente coisas ruins a seu respeito e que todas as ações e decisões que você toma constantemente tem um resultado negativo.

Sensação de incapacidade

A pessoa duvida de si mesma e do que é capaz, o que a impossibilita de realizar atividades, por conta do pensamento de que ela não irá conseguir concretizar seus objetivos.

Crises de pânico

Geralmente a crise de pânico se dá por querer ter o controle de algo que não é possível, como o tempo, opiniões e ações alheias. As crises de pânico também pode gerar “medo de morrer” e achar que isso pode acontecer constantemente, fazendo com que a vítima evite sair de casa (agorafobia), realizar determinadas ações rotineiras ou até mesmo conviver com pessoas do próprio círculo social.

Isolamento de convívio social

Geralmente ocasionado pelas crises e sintomas de ansiedade e crises de pânico, a vítima se resguarda, evitando conversar sobre assuntos pessoais, ou até superficiais, e geralmente ela se mantém na defensiva quando interage com outras pessoas.

Dores no corpo

Geralmente a pessoa se sente indisposta a realizar esforços físicos, as dores geralmente se manifestam como musculares. A vítima se sente cansada, por conta da falta estímulos, mesmo sem realizar atividades físicas cansativas.

Insônia

Muitas vezes ocasionada por conta das crises de pânico e apertos no peito, a vítima não consegue relaxar o corpo ou se tranquilizar para conseguir dormir, geralmente fazendo com que ela tenha um comportamento mais “defensivo” e mal humorado. Já teve insônia e foi jogar algum jogo para ajudar a combater esses sintomas de ansiedade repentina e conseguir dormir?

 

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Fique atento: os sintomas de ansiedade e depressão podem ser pequenos

Muitos desses sintomas são considerados “coisas da idade”, “uma fase” ou até mesmo algo para “chamar a atenção” pelas pessoas que não tem informação sobre o real tamanho do problema, geralmente fazendo com que os responsáveis não atuem de maneira correta para entender a situação, o que pode resultar até em uma piora nos sintomas de ansiedade ou qualquer outra doença, por conta da possível recepção negativa do paciente à essas “conclusões”.

Muitas vezes, pensamentos, sentimentos e dores consideradas normais podem sim indicar sintomas de ansiedade, depressão, síndrome do pânico, etc. Por isso, fique atento também à pequenas coisas como:

  • Sentimento de névoa na mente;
  • Coceira no couro cabeludo (constante);
  • Mal estar, tontura e vertigens;
  • Pressão na cabeça;
  • Dores no pescoço, ombro e cabeça juntos;
  • Formigamentos e dormência;
  • Bruxismo (aperto da mandíbula) e ranger os dentes.
  • Medo ou terror sobre o que os outros pensam de você;
  • Medo de ficar preso em algum lugar sem saída;
  • Sentimento constante de opressão, sentir-se oprimido;
  • Fobia de falar em público ou mesmo medo de estar em público;
  • Medo constante de morrer;
  • Sentir-se aterrorizado por perder o controle, medo da perda de controle;
  • Medo de algum mal iminente, sem nenhuma razão;
  • Repreensão e medo de cometer erros ou de se passar por ignorante na frente dos outros;
  • Constante medo de desmaiar;
  • Medo de perder o controle da mente;
  • Temores irracionais ou situações improváveis;
  • Medo de coisas normais, sobressalto com atividades do dia a dia, medo de enlouquecer;
  • Ter sentimentos incomuns, ou pensamentos assustadores;
  • Ficar perto do banheiro para sentir-se confortável (ou qualquer outro cômodo que dê segurança);
  • Necessidade de ficar sempre perto de saídas ou portas;

O resultado mais rotineiro dessa falta de cuidado é a resposta de não procurar a devida ajuda que muitos jovens necessitam quando alguns sintomas ou estão passando por esses problemas, resultando em um isolamento abrupto, sem que os responsáveis saibam como lidar e sem procurarem saber a origem desses problemas. Eles, muitas vezes, são relacionados à problemas com a própria sexualidade, problemas de convivência no lar, problemas no trabalho ou na faculdade/escola, problemas financeiros, ou até mesmo por conta de simples inseguranças pessoais.

Por isso, fique sempre alerta e lembre-se sempre: os games estão aqui para nos ajudar!